Especialista alerta para o risco de trombose em viagens longas

Trombose
Foto: Reprodução

Muitos já ouviram falar dos efeitos adversos que viagens longas de avião (ou mesmo de ônibus ou carro) podem causar para a circulação. Alega-se que chamada “síndrome da classe econômica” (devido ao pouco espaço entre as poltronas), pode ocasionar no aparecimento da trombose venosa profunda (TVP), doença que provoca a formação de trombos (coágulos) nas veias mais profundas das pernas. Mas será isso verdade?  

O cirurgião vascular Dr. Thiago Melo, especialista da Sociedade Brasileira de Angiologia e de Cirurgia Vascular (SBACV) aponta que o risco é real e aumentam conforme a duração da viagem, podendo evoluir a casos graves: "sim, viagens longas tendem a causar estase do sangue venoso nas pernas, e isto é fator de risco direto para a formação de um coágulo (trombo). A literatura diz que cerca de 10-15% dos viajantes com mais de 4 horas de viagem, saem do avião com algum tamanho de coágulo nas veias dos membros inferiores. Quantas pessoas que conhecemos chegam ao destino com pernas pesadas e tornozelos inchados? Muitos”, ressalta.

Para melhor entendimento, o especialista explica do que se trata a trombose: “A trombose venosa profunda ocorre quando um coágulo sanguíneo se forma, sendo mais frequente nas veias dos membros inferiores. Nosso sistema está sempre em homeostase (equilíbrio), então quer dizer que estamos constantemente fazendo coágulos e desfazendo, e quando um dos lados dá apresenta erro, acontece um evento trombótico ou sangrante. Após formado o coágulo, a sintomatologia dele depende da extensão do mesmo, então obviamente quanto maior o coágulo formado, maior as chances de sintomas e complicações como a embolia pulmonar (EAP). Nesta situação uma parte do coágulo pode se desprender e viajar até se alojar nos pulmões, ocasionando a embolia pulmonar, doença grave e que pode ser fatal”.

O doutor ressalta que o uso de certas substâncias pode potencializar o risco de ter trombose durante a viagem: "O uso de medicações para dormir ou o álcool favorecem o surgimento da TVP, por manter o indivíduo mais estático que o habitual, perdendo muitas vezes a sensação de dor, que o faria mudar de posição e acionar a bomba muscular e melhorar o retorno venoso”.

Para evitar a trombose, o Dr. Thiago recomenda alguns cuidados: “é preciso manter a movimentação das pernas com frequência, exercitando os músculos da panturrilha. Em viagens longas, levante e caminhe pelo avião ou ônibus e/ou estique a pernas sempre que possível, evite o cigarro, e utilize roupas leves e mais soltas que permitam o movimento. O uso de meias de compressão em membros inferiores deve ser sempre individualizado, pois alguns pacientes possuem contraindicação ao uso e pode acontecer de agravar o quadro.  Porém quando bem indicada, tende a diminuir o risco de trombose por melhorar o retorno venoso das pernas e melhorar a estase sanguínea neste local. A profilaxia farmacológica com anticoagulantes também deve ser individualizada para cada caso. Consulte o seu cirurgião vascular ou angiologista, defina seus riscos e possíveis profilaxias a serem utilizadas”.

 

FONTE: Especialista alerta para o risco de trombose em viagens longas - Cartão de Visita News (cartaodevisita.com.br)